terça-feira, 18 de setembro de 2012

O “Adultecer” Masculino: O jovem Neoptólemo entre a sabedoria ética de Filoctetes e a ganância de Ulisses (Odisseu)


Neoptólemo, também conhecido por Pirro, é filho de Aquiles e de Deidamia. Aquiles foi o herói mais importante da guerra de Tróia exaltado no poema épico a Ilíada por sua ira funesta. Mesmo com tanta ira, Aquiles não foi um herói insensível à dor emocional e sabia demonstrar sentimentos de carinho e amizade.
A personalidade Ambígua de Aquiles foi presente também na figura de seu filho Neoptólemo. Se por um lado, era um herói temido pelos inimigos, por outro, era capaz de gestos de amizade e de reconhecer os próprios erros. A complexidade da sua personagem está evidente na tragédia sofocliana Filoctetes. 
A obra Filoctetes contrapõe dois planos no qual o jovem Neoptólemo terá de escolher qual dos dois seguirá: o da manipulação de Ulisses (Odisseu) ou o da busca e do encontro com a o amadurecimento no ato de pensar por si mesmo ao ser ético e reflexivo na amizade com Filocteto.  O herói trágico Filoctetes foi mordido por uma serpente quando se aproximou do templo não coberto de Crisa guardado por uma serpente. A ferida causou-lhe grande angustia e sofrimento causando gritos lacerantes de dor e cheiro insuportável da ferida. A tragédia e suas consequências fizeram com que Filoctetes fosse abandonado em uma ilha pelos atridas e por Ulisses.
A roda da sorte mudou quando uma profecia disse que a guerra de Tróia só terminaria se Paris morresse pela mão de Filoctetes. Essa era a condição necessária para o fim de dez anos de guerra, haja vista Filoctetes possuir o arco mágico de Hércules. Assim, Neoptólemo é induzido por Ulisses a enganar Filoctetes para que esse retornasse à Tróia, porque pela força era impossível.
O jovem recusou de início, afirmou que não estava na sua natureza utilizar tais artimanhas. Ulisses, o dos mil estratagemas, pretendia que o jovem se apoderasse do arco, tornando-se amigo do maliense e convencendo-o de que o levaria de volta à sua pátria. Neoptólemo, movido por más influências e pelo desejo constante de possuir fama e glória, aceita a ordem e engana Filoctetes. Este chega ao ponto de acreditar vivamente no filho do seu grande amigo Apolo e, num momento de sofrimento, por causa da chaga, entrega-lhe as armas.
Todavia, a convivência com o sofrimento alheio, a amizade estabelecida entre os dois e a confiança que Filoctetes depositara na sua pessoa, levam Neoptólemo a contar a verdade. O jovem sofre uma valiosa transformação deixando de ser um herói do tempo antigo que visava fazer o bem ao amigo e o mal ao inimigo para se transformar num herói cuja justiça é um bem valioso e que por esse motivo deve ser posta em prática. O jovem guerreiro ainda tenta uma derradeira tentativa para levar o maliense para Tróia, desta vez pela persuasão, mas não consegue sendo mesmo necessária a intervenção do deus ex machina para conseguir levá-lo.
A personagem de Neoptólemo é muito importante nesta tragédia porque trata da questão da transmissão de virtude, em voga na época clássica. Será que o ser humano deve o seu comportamento à herança recebida dos antepassados ou à educação que eventualmente recebeu? Na época clássica, no campo da educação, o assunto conheceu diferentes métodos de análise, principalmente por parte dos sofistas. Alguns autores conservavam o pensamento tradicional de que a natureza humana era fruto da linhagem dos antepassados, mas outros, como por exemplo, Antifonte, afirmavam que a educação era a primeira de todas as coisas humanas.

Aprender a ser

Neste herói estão presentes os dois aspectos que os sofistas (defensores do ensino da virtude), consideravam indispensáveis para o bom desenvolvimento da conduta humana: a natureza e a educação. Embora ele tivesse as qualidades naturais herdadas do pai, e elas tenham sido relevantes para o culminar dos acontecimentos, o fato é que o sofrimento e a convivência com Filoctetes tiveram uma contribuição importante para o desfecho da situação. A natureza de Neoptólemo poderia ter sido desviada definitivamente se a influência de Ulisses tivesse sido prolongada por mais tempo. A natureza do filho de Aquiles, repleta de princípios louváveis, foi aperfeiçoada por meio da convivência e pela noção do conceito de justiça que Filoctetes lhe propiciou.


"... Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, e percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não deve se comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser.

Descobre que leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa
quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências."


Shakespeare (?)


Nenhum comentário:

Postar um comentário