quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Fazer faculdade depois dos 40 anos vale a pena? Meu relato


No último semestre, fui caloura do curso de graduação em Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB), apesar de não parecer. Explico: tenho quarenta anos muito bem vividos, sou mãe de uma universitária de 19, divorciada há seis e, agora, muito bem casada há dois. No campo profissional, sou uma bem-remunerada funcionária que ultrapassou o circum-adjacente do que o velho Marx chamaria de alienação: a falta de contato e o estranhamento que o trabalhador tem com o que produz. De uma maneira geral, sou feliz e realizada. Você pode então se perguntar: por que estudar justo agora?
Antes de dizer o que seria o meu motivo, creio ser relevante para você que está curioso (ou que pensa em voltar a estudar) apreciar dados de quem, assim como eu, decidiu entrar novamente no mundo acadêmico. O mais recente Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelou que, no Brasil, pouco mais de 731 mil matrículas realizadas nos cursos de Graduação Presenciais e a Distância foram efetivadas por pessoas acima de 40 anos. O número representa um aumento de cerca de 2,11% em relação ao ano de 2014, quando, no País, mais de 716 mil matrículas foram feitas nessa mesma faixa etária.
Minhas anotações do primeiro semestre
E o que poderia justificar os números crescentes de alunos com mais de 40 no ensino superior?  Em primeiro lugar, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a expectativa de vida no Brasil aumentou de 48 anos, em 1960, para 75,8 anos, em 2018. Vivemos muito mais. Assim, ao contrário do que acontecia há cinco décadas, se você tem 40 anos, ou mais, você não está em um final de carreira, e sim  na metade dela praticamente! Outro fator relevante reside no fato de que nunca paramos de aprender. Charlotte Bühler (1893-1974), psicóloga alemã, considerou a aprendizagem como um processo que se dá em toda a extensão da vida humana. O cérebro não é velho para aprender coisas novas! 
O também psicólogo alemão Paul Baltes (1939-2006) publicou estudos que corroboram com as ideias de Bühler. Segundo ele, em todas as fases da vida somos desafiados a aprender pelas próprias expectativas quanto ao futuro, às exigências ambientais e ao desejo de progresso na sociedade. 
Do mesmo modo, outros motivadores figuram entre aqueles que levam um adulto de 40 anos, ou mais, a voltar aos bancos universitários: a busca pelo conhecimento, a melhora da empregabilidade, o desejo de realizar sonhos antigos e a possibilidade de estudar a distância.  Assim, voltando à questão que ficou aberta no primeiro parágrafo deste artigo, destaco o desejo de realizar um sonho antigos como o meu motivador principal. 
Tudo organizado em uma pastinha
ao final do semestre.
E você que passou dos 40? Ainda se sente inseguro em começar a sua graduação? Se todos os fatores elencados acima não foram suficientes para te convencer,  saiba que há uma característica inerente da sua idade que poderá ajudar você. E não estou falando dos fios brancos muito menos das rugas. Essa característica é a MATURIDADE. Que é um grande diferencial na hora de começar qualquer coisa que você se propor. E, tenha certeza, fará uma imensa diferença nos momentos que precisar lidar com estresses de provas, trabalhos e apresentações. Boa sorte!!








sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Hoje riram de mim


Hoje aconteceu uma espécie de “metasilenciamento” comigo. Explico: eu tentava falar sobre o silenciamento que muitas vezes somos submetidos durante nossa vida por pensar diferente. E foi nesse momento que, um grupo de colegas jovens (com metade da minha idade), riram e conversaram ao mesmo tempo em que eu falava, não tolerando uma linha de pensamento.
Lembrei logo de Harpócatres, que, na mitologia grega é o deus do silencio. Os gregos só o conheceram após a conquista do Egito, quando visualizaram a imagem do deus Hórus ainda criança com o dedo levantado à frente da boca. Para os gregos, esse gesto representava o silêncio, já para os egípcios, significava criança. Assim, o deus que no Egito, se chamava Hórus, virou para os gregos Hárpócrates.
E por que o arquétipo de um deus criança com o dedo na boca fez total sentido para os gregos?  Simplesmente por considerarem o pensamento do homem como sendo um estado débil, o qual, ante os deuses, não passa de pensamento infantil.  Talvez hoje eu tenha sentido isso hoje perante uma plateia de deuses Hárpócrates. Talvez os mais jovens ainda não desceram de seu Olimpo para escutar um pensamento divergente. Talvez o riso deles me fez lembrar que pode ser que eu esteja ainda perante o estado débil, ou que, o termo “liberdade de expressão” seja apenas a utopia de alguém que ainda não conseguiu prescindir de sua fala.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Biafra - Sonho de Icaro - CLIP OFICIAL



Ícaro

por:

Ícaro

Era filho de Dédalo e de uma escrava de Minos chamada Naucrata. Seu pai, discípulo de Hermes e renomado inventor, realizava seu trabalho em Atenas até que certo dia começou a temer que seu ajudante e sobrinho Ácale lhe sobrepujasse no ofício.

Enciumado, atirou o jovem do alto de Acrópole matando-o. Por esse crime foi condenado ao exílio, partindo para Creta, reino de Minos, onde realizou muitas obras sendo a mais célebre o Labirinto. Foi nessa construção que o soberano, irritado porque o arquiteto havia favorecido os amores de sua esposa, Pasífae, encerrou Dédalo e Ícaro juntamente com o Minotauro.
Os dois ali permaneceram até que Dédalo fabricou dois pares de asas artificiais amarrando as penas caídas dos pássaros que sobrevoavam o Labirinto e colando-as a seguir com grossa camada de cera. Alçaram voo juntos, deixando o cárcere para traz, porém Ícaro, empolgado com a possibilidade de voar, esqueceu-se da recomendação do pai em não se aproximar em demasia do sol. Inebriado pela sensação das alturas, cada vez mais o jovem se acercava do astro até que, a cera que fixava as asas começaram a se derreter e Ícaro despencou dos céus ao mar morrendo afogado.


ttps://www.algosobre.com.br/mitologia/icaro.html



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

E arriscar, é arriscado?



Pérsefone andava cansada de ser Coé, a filhinha da mamãe, sempre às turras com os desmandos da mãe. Belo dia, resolveu sair em passear, com suas amigas para colher flores e falar do seu sentimento oculto por Hermes, o seu sedutor amigo.

A deusa tinha um certo desejo pelo impossível, pelo ainda não descortinado, pelo mundo que não a deixaram ver. No fundo do seu âmago, sabia que existiam muitas outras coisas do que lhe ensinaram a ver. Apenas o possível lhe era permitido, aquilo que uma "jovem de família divina" pode fazer: acompanhar os pais, colher flores, ver pretendentes que a mãe lhe escolhia.

Mas e o que ainda não viu? A terra, as águas, o submundo... Esse último não, "não é lugar para jovens moças" diz a mãe. Mas, se for exatamente isso que ela quer? Ver o submundo das coisas?

Perséfone sabe que a mãe não quer que viva, Os deuses, Hermes, Ares, Apolo e Dioniso todos cortejaram-na. Mas a mãe rejeitou todos os seus dons e escondeu a filha longe da companhia dos deuses. E se ela quiser uma coisa diferente? Ser como as irmãs Atenas ou Ártemis, nunca se casar? A ela, nunca é dada a chance de escolha, não sabe o motivo.

Fora, fora do ar

tirei o Blog do ar por exato um ano. Mas, resolvi voltar a deixá-lo público. Aqui tem um pedaço da minha vida, que passou. Ainda tenho postagens que nunca foram publicadas. Espero um dia que parte deste blog vire livro.